Durante toda a minha trajetória no mercado de comunicação, especialmente no ramo editorial, vi coisas maravilhosas acontecerem por meio da palavra escrita. Pude ver vários livros que se tornaram sucesso de vendas. Acompanhei como pessoas foram influenciadas e curadas, e como experimentaram mudança de hábitos e atitudes por meio da leitura. Também vi muitos líderes ajudarem pessoas a mudar o estilo de vida e mobilizarem ouvintes em direção à leitura e às ações sociais com a aplicação de experiências de liderança de centenas de autores.
Mas e, ao comprar um livro, como fazemos?
Livros mobilizam a alma
Toda vez que passamos por uma livraria e escolhemos um livro, não o compramos apenas para fazer parte de nossa biblioteca e ocupar espaço na prateleira. Também não o compramos para satisfazer a nossa consciência, pois não o leremos. Livros treinam leitores, desafiam o pensamento, mobilizam as partes mais íntimas da alma e agem no momento certo quando uma ideia é aplicada.
Quando adquirimos um livro, recebemos parte da vida do autor. Muitas vezes até mergulhamos no mundo da imaginação de alguém que escreveu um romance, e conhecemos mais de perto a experiência de quem viveu alguma circunstância especial, ficando deslumbrados com a sabedoria e a técnica de quem estudou e se preparou para cumprir uma função.
Por meio da leitura, podemos sentir e viver muitas experiências por um custo que nem se compara ao tempo gasto pelo autor estudando, pensando e escrevendo suas ideias no papel.
John Maxwell, o autor especialista em liderança mais vendido no mundo, diz: “Em cinco anos, você será a mesma pessoa que é hoje, exceto pelas pessoas que você conheceu e pelos livros que leu”.
O valor dos livros
O evangelista mundial T. L. Osborn foi missionário na África e autor de várias obras. Sempre que ele chegava a uma cidade, distribuía milhares de livros. Quando lhe perguntaram o motivo para fazer isso, levando em conta que muitas pessoas nem sabiam ler, ele respondeu que uma escrita nunca acontece sem dar fruto:
“A palavra escrita pode ir onde a voz humana não pode. Não precisa de passaporte e não tem problemas de visto. Viaja a baixo custo, ignora barreiras linguísticas e nunca é influenciada por preconceitos raciais, sexuais ou sociais. A palavra escrita pode cruzar oceanos, atravessar desertos e caminhar pela selva de cada continente. A palavra escrita pode levar o testemunho a lares, fábricas ou províncias. Pode até chegar a áreas esquecidas, nas quais as pessoas são pobres; a áreas nas quais a recepção do sinal de rádio ou televisão é praticamente nula por conta das montanhas, dos picos íngremes ou do mau tempo, mas o ministério prático e persistente dos pregadores impressos nunca. A palavra impressa nunca se cansa, nunca desanima, mas conta o testemunho repetidas vezes. Os impressos podem ser recebidos, ouvidos e estudados em segredo. Continua falando e expondo claramente o que você quer dizer e permanece viva por muito tempo depois que as palavras audíveis foram esquecidas e seus sons se apagaram. A palavra continua a testemunhar e a influenciar pessoas mesmo após a morte de seu autor” (Osborn em seu livro Souls winning).
Homenagem a livros não vendidos
Durante todos esses anos, vivenciei muitas experiências na indústria editorial. Li livros muito bons e outros nem tanto. Li alguns originais de se maravilhar com o pensamento genuíno e profundo, e também li originais que basicamente eram plágios. Vi bons livros que venderam muito e excelentes livros que não tiveram o mesmo final.
Omar Daldi,
Diretor da Editora Hábito.